"Eu te amo."
Quão banal se tornou dizer isso?
Eu confesso que eu sou dessses que fala "AMO isso!", "Amiga, amo você" toda hora. Mas eu sei, e mais importante, as pessoas sabem quando estou dizendo isso de verdade. Quer dizer, eu sempre digo de verdade; Mas tanto meus amigos (e isso inclui meus bichos) quanto quem ouviu esse "eu te amo" vindo da alma sabem o tom que eu quero dar.
Não sei dizer por que cargas d'água, depois de assistir o terceiro episódio da primeira temporada de "Dexter" (atrasado? imagina!), eu me peguei pensando nisso. Na verdade sei sim, a culpa é de umas postagens que vi no Facebook no intervalo até o quarto episódio (e da insistência de alguém que me fez ir ao hospital hoje).
Eu me peguei pensando que em 36 anos de vida (que às vezes me parecem muito pouco, mas no geral me parecem muito), apenas quatro criaturas ouviram, e viram nos meus olhos, esse "eu te amo". Eu acho um número honesto.
Descontando
meu filho, que (desculpem a franqueza) foi meu primeiro e maior amor nessa vida, eu vivenciei amar três pessoas. Eu acho um bom número.
Então eu pensei com muito carinho nesses três "sortudos". Enquanto escrevo este post é só o que sinto, muito carinho. E muita gratidão também (então não é só carinho, eu sei).
Cada uma dessas três pessoas passou um tempo comigo, grande, bem menor, ainda menor. Mas tempo é nada nesses casos, sobretudo porque, pra mim, amor não acaba. Ele se transforma, se reinventa, mas não acaba. No momento que você o identifica e o sente, sabe que é uma coisa que desconhece limites, sejam de tempo, físicos ou sociais. Se você não sentiu amor, meu caro, então segue firme que você ainda tem o que fazer em vida.
Evidentemente não falo do amorzinho romântico de filmes (na verdade pode até incluir esse amorzinho, é bom até que inclua, mas é muito além disso). Falo daquela completude, daquela sensação de estar vivo, de estar crescendo, de estar evoluindo. De tirar os olhos do umbigo e de se sentir realizado numa pequena alegria do outro. Falo do companheirismo.
Nem sempre amar alguém, especialmente namorado/namorada inclui recíproca (isso é chato), mas se inclui, então você não pode reclamar da sorte.
Eu amei (amo) três pessoas. Uma seguiu seu caminho e foi crescer ainda mais, outra partiu pra um plano superior, a outra ainda me alegra com sua luz. E como na cegueira da convivência e do dia a dia a gente acaba deixando passar (e como eu tenho um blog pra deixar isso registrado), gostaria de dizer aqui, a cada um dos três, de todo coração:
Muito obrigado. Muito obrigado pelas lições que vieram me ensinar, pelo apoio que vieram me dar, pelos momentos todos de alegria, pelos momentos difíceis, pela paciência com meus conflitos, pela alegria de me permitir participar de momentos importantes de suas vidas. Certamente não sou uma criatura fascinante ou cheia das coisas que se usa para avaliar o sucesso de alguém hoje em dia, mas de qualquer maneira, muito do que sou hoje devo ao amor que vocês me deram, e ao que eu sinto por vocês.
Obrigado por terem me dado a sensação de que eu nunca estarei sozinho. Porque essa é uma paz que não tem preço. E talvez seja este o verdadeiro sentido daquela história de que o amor te completa.